sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Momentânea inspiração

Ela disse que está faltando amor. Tantos meios para se chegar até ele, mesmo que eu nunca tenha chegado lá, ouço comentarem os caminhos, os atalhos. Eu só conheço os desvios. Faz tempo que viajo nessa turnê, e o que me falta, por Deus, não é o amor. O que me preocupa, é a gasolina. O combustível não se renova, isso não é novo...
Ao redor vejo, ouço e me esbarro com corredores. Eles correm e correm, não param para quase nada. Eu não preciso perguntar aonde eles pretendem chegar: ninguém quer estar sozinho. A idéia crua na minha cabeça, começa a fritar e respingar gotas de óleo na pele. Que eu estou fazendo aqui sentado?


.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Algumas poucas rimas

Comecei a pensar que sabia, fiquei bêbado de sabedoria,
Vomitei palavras e mais palavras,
Depois da ressaca de ego que durou bons dias,
Percebo a imensurável ignorância em que me afogo,
Quase sempre em cima do muro, fingindo uma imparcialidade,
Ouvindo roque só pra me libertar,
E fugindo do dominante pagode, e da pegada do arrocha.
Sendo neutro quanto ao regionalismo
E criticando tudo a frente,
“Que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado”,
Nesse mundo estou para Harlequim,
Mas quando vai aparecer alguém para me fazer sorrir?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Tentativa um de discagem... conectado.

Sentado no laboratório diante à máquina, com sede e com fome, não consigo pensar como eu pensava. Ou mesmo como penso quando estou deitado ouvindo música ou andando por aí deixando que o sol de fim de tarde conforte minha pele.

Um pouco de mim sabe que a perda é opcional, sabe que “controle” sugere uma rebeldia. Esse fragmento que ouço quando quero é inteligente, simples e visa futuro. Mas, nessa nova guerra o “inimigo” tem espaço e poder de sedução. Braços fortes, longas pernas finas. O que tenho de fraqueza, meu algoz é potente. O tirano oponente, rival ardiloso, é o medo que não se esconde na região do meu próprio crânio.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Dominó (sem efeito)

Estou no meu lugar, no que julgo sem certeza absoluta, ser a minha casa.
Amanhã posso fretar os móveis para outra extremidade, hoje apenas sento no sofá e admiro a capacidade que nós temos de achar que está tudo muito bem. Ontem, eu pensei nisso também. Alfa, omega, começo e fim, e o agora sendo coadjuvante de fantasmas e ilusões?
Entende o que quero dizer?
É muita maluquice venerar nossos ídolos, é insano esse tormento de ser mais uma peça de dominó. Seguir frases e permanecer firmemente com os pés estacados no chão, cantar músicas e não conversar com as pessoas.
Ter dúvidas e travar uma guerra sozinho contra um exército.
Alguns de nós adotam o estilo "bad boy" e continuam sem se importar. Outros choram e se abrem, para pessoas que talvez nem queiram essa tarefa.
E outros, escrevem. Esses... são os mais perdidos.