quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Minha própria teoria sobre o Big Bang

Não sei que bicho pôs o ovo Terra, nem sei se o mundo nasceu de cesária ou se foi de parto natural. É tanta coisa que não sei que um dicionário da vida seria meu livro de bolso, e eu o abriria todas as horas. Isso de ser sabido ou é mentira ou raras excessões, porque o mundo além de redondo e de girar ao redor do sol, é incomensurável. Largo e alto, moramos num planeta gordo e jovem. Um obeso que foi comendo aos poucos vários pedaços soltos no espaço de uma receita que explodiu. Acontece que o forno que Deus usou para corar as galáxias, todas numa mesma forma, era de alta potência e o Criador muito provavelmente se distraiu com uma descarga inesperada do buraco negro mais próximo e prudentemente foi averigüar o que se passava. Foi então que a densidade e a temperatura elevadas do forno divino-espacial resultaram numa explosão velóz e inimaginável que se espalhou por todas as direções, rasgando espaço aonde não tinha espaço e introduzinho tempo ao que nem existia. Nesse acidente universal Deus perdeu sua forma física e assumiu a onipresença plena. Foi uma promoção, uma mão-na-roda para o trabalho, daí em diante as tarefas de Deus seriam mais rápidas e abrangentes. O avião não fora inventado antes porque o Senhor não necessitava de um. Os sábios foram aparecendo ao longo do tempo com sua explicações verdadeiras sobre um monte de coisas reais e os gênios chegaram com impacto na cena para revolucionar o que precisava de mudanças. O universo no início foi bem chato, tudo muito parado. Ainda não havia a fala e obviamente a leitura. Teve um começo mas ainda não se sabe do fim, só podemos imaginar, ou esquecer e sair por aí.

Hunters.

Como faz para entender o que os outros querem nos passar, mas não o fazem diretamente? Há uma regra onde diz que temos que usar metáforas e ditados manjados, e o outro tem que entender. Só não se sabe onde está o pergaminho contendo essa maldita regra, ou o pedaço de pedra, ou estará no fundo do mar?Eu a encaro de frente e pergunto: Você me quer?Ela acha estranho e diz que eu deveria ter falado com um amigo em comum para "nos arranjar". Como se eu ligasse para a forma burra como se faz a "coisa" hoje. Tanto tempo perdemos fazendo imagem.Algum matemático pode calcular o que não fizemos?Eu mando um scrap legal, bem escrito...Os olheiros acham naquilo o banquete do dia. Caçadores, "urubuservando"...Nossos pais se amavam nessa idade, nós o que fazemos?Estamos caminhando para onde?Minha intenção é confundir, se eu não conseguir me fale.Deus não nos fez com entradas USB, senão já teria conectado o cabo com cada cérebro desinteressante que encontrasse, querendo saber: porquê filho, porquê é fruto bichado? E não se esforça? Não quer saber, está nem aí, nem aqui... está em lugar algum.Não admito ser pior que alguém. Melhor sei que não sou.Ela, a menina da quarta linha, faz meu coração dasacelerar. Ficantes, namorados, amantes. Cada um em seu grau, cada um tem seu respeito próprio. Pura babaquice. Estar com alguém não pode ser simples "nada" e depois simples "amor". Mandarei um e-mail para Dona Esperança, que viajou e esqueceu de voltar.Minha geração de bostéticos, busca o que as gerações passadas também não conseguiram...Mas penso, que a esperteza está diminuindo. Fica-se no ponto de ônibus assistindo todas as vias, e não pega uma.Não estou confundindo, não estou mexendo com sua cabeça. Droga. Vejam só: hunters. Caçaram minha vontade de falar a verdade, desabafar. Se é que em um segundo a tive.Tem ânimo para me vender aí? Em suaves doze prestações e sem juros, pois já pagamos demais todos os dias.E a regra permance viva. E Ela que é a da quarta linha, também não mudará.O USB não rolou, a troca não existiu e continuamos sendo estranhos.
E fim... que não acaba.


Curiosidades: Hunter = Caçador, em inglês.
Percebi que Ela que é da quarta linha, publicada aqui, pulou para a sexta. Avanço, não?

Dispensando a salvação

Estou sentado na porta de casa pensando em cigarro, mas eu nem fumo.
Vem um homem de aparência humilde, carregando uma pasta e um folhetinho na mão. Logo depois, o pedaço de papel está na minha mão esquerda e sua voz passeando em meus ouvidos distrádos. O homem, de voz calma, aconselhou que eu lê-se a Bíblia. Minha boca encheu-se de palavrões, mas não à abri. Ele insistiu, disse que eu tenho salvação, é só escolher. Escolher a escolha dele...
Lembrei do outro dia que um senhor, talvez o mesmo de agora, bateu palma, chamou e gritou em minha porta para que eu saísse e ouvisse o que ele tinha para dizer. Mas, a música estava boa e o pause do som havia quebrado.
Curioso se você pensar: A porta da Igreja, seja qual for, está aberta. Mas eles também querem bater em nossas portas, fechadas...
Volto para o presente e o homem oportunista está sorrindo um sorriso de pena. Pena de mim.
-Vou dizer porque não leio a Bíblia: A linguagem é complicada e eu sou burro. E não gosto dessa abordagem, me deixe sozinho e puxe papo com... meu vizinho talvez. O da rua de trás, isso, vá...
Me livro de um chato e da minha "salvação". Assim está melhor.

(...)

O que significa isso? Porquê não esqueço esse senhor, que já se foi a uns insuficientes 10 minutos?
Um dos assuntos que ele "monologou" foi o racismo. Me pergunto, te pergunto: Porquê ele não usou um megafone?
Fico raivoso quando ouço bobagens que não são engraçadas! Não posso nem "rir da desgraça"(isso faz algum sentido?), me tiram esse gostinho azedo que saboreio às vezes.
Isso foi só mais uma experiência. Fico aqui sentado e volto a pensar em coisas que não faço.

O Corpo e a Balança Cerebral.

Meu cérebro pensando intrigado: porquê você escreve, monte de carne e osso?-Eu sei escrever, porquê não escreveria?A resposta foi imediata: você não sabe escrever. Apenas tem mão para segurar um lápis, para bater nas teclas. Eu sei escrever, ler e falar. Mas tenho que ficar dentro da sua cabeça oval, mesmo sendo infinitamente superior...-O que você quer, cérebro ingrato? Pernas? Braços? Ou quem sabe, asas?Não tenho certeza do que quero... aliás, eu posso querer as coisas. Já você é meramente resposta física da minha vontade. De você não espero mais que um gorro, ou um capacete.-Posso tirar você. Não preciso mesmo, é apenas peso na minha cabeça. E com ela mais leve será tudo mais simples. Diga-me cérebro, quanto você pesa?Vai me vender? Me colocará numa balança de um açougue qualquer para ser comprado por outro cérebro, que vai me preparar para um almoço de família num domingo ensolarado?-Isso, é para ver que posso fazer mais que você, na prática.Não é verdade, sem mim, você não existe. Seria zumbi e nada mais...-E por acaso não reparou que os zumbis são maioria? Você não é tão esperto, acho que não alimenta uma família inteira. Talvez um trabalhador acostumado a comer carne de terceira.Tudo bem, faça o que quiser comigo, eu avisei.
(...)
E uma voz angelical vinda do céu, do nada ou da casa da porra, disse suavemente, cheia de sabedoria:

"... Nunca sentiu um frio na barriga? Ou um calor que brota de dentro? Você acredita nos seus sonhos?Ama? Odeia? Perceba corpo, e compreenda cérebro, que vocês dois são perfeitos como um só.É simples. Para escrever é preciso sentir, seja revolta, ódio, paixão...A pessoa que não tem alma, não sente o entusiasmo de uma frase bem feita.E sem ela, nenhum objetivo é alcançado. Nada de verdadeiro é escrito e conseguido.As coisas não tem sentido. Aqui quem fala é sua coragem, sua força de vontade. Sou sua Alma e sou penada. Imortal..."

Esqueço-me de sonhar!

Tenho uma pergunta: você costuma sonhar com o que você deseja quando está acordado? É muito bonita a história quase épica em que enquanto dorme você vai a outro plano e se vê no seu maior desejo terreno, neste mundo fantástico a pessoa é o que não é e tem o que lhe falta na vida real, o plano mais bizarro pensado por Quem? As vezes acordo no meio da noite e nem sei o porquê. Já sonhei cenas com sentido algum entre pessoas que não tem conexão em um lugar que só eu conheço, em relação as outras personagens do sonho. O que isso significa? Tem que significar alguma coisa? Não pode ser apenas um erro do cérebro, uma falha mínima que é aumentada pelo fanatismo humano que ocorre, corre e nunca consegue apanhar o sobrenatural? (Sobrenatural?) Você sabe, ou pode indicar alguém que possa compreender os sonhos? Sou uma pessoa comum que odeia pessoas comuns. Minha teoria conclusiva sobre o que é o sonho é a seguinte: não servem de nada. Quero tocar, sentir com as mãos, apalpar os seios de minha ambição. Gostaria de transar com meu objetivo durante um dia inteiro, depois de alcançá-lo. Não quero porém, matar a imaginação inventiva e a fantasia, de jeito algum. Sou adepto de alguns contos bem contados, me tira um pouco da chatisse que é a vida como é.
(...)

Eu abro os olhos todas as manhãs depois de uma noite sem sonhos e percebo que na real eu não tenho sonho algum. Se eu pudesse negociar meu voto com algum político corrupto eu o trocaria pela capacidade inexplicável de sonhar. Esse não é um assunto que eu puxaria com qualquer um, entende? Então amanhece e eu sou o mesmo de ontem, cansado e sem seguro de vida. Duro como um pau e inconstante como o clima, sobrevivo a pobreza de ser totalmente o que o sistema espera de mim: amputado em diversas formas e sem forças para ficar emputecido com isso.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O Ceifador e o Zé Reluzente

Num dia normal, uma pessoa normal, acorda, cumpri suas tarefas, dormi e completa o dia-rotina. Com a satisfação de quem não fez nada de novo e não se importa nem um pouco com isso, o Zé da cidade, que também poderia ser o zé do campo, ou o Zé intergalático, é um entre milhões, que só quer a calma e a mesmisse diária para poder tocar sua vida num ritmo de valsa dançada por quem não sabe dançá-la. Tudo igual, como sempre, até que num dia indeciso de sol e chuvas relâmpago, alguém “diferente” bateu na porta do conhecido Zé da gente. A visão foi mágica e assustadora. Na verdade, nem tanto...
-Olá- disse o recém chegado, com uma longa capa preta, o capuz escondendo o rosto, e um item curioso na mão.
Nosso Zé disse com um sorriso sem graça: Oi. Ah, não quero comprar nada, obrigado.
-Nem eu, o que quero, irei ceifar.
Os fios de cabelo do nosso amigo, só não ficaram em pé, pois eram duros e baixos. Mas, o short estava molhado, normal, já que ao ouvir a palavra “ceifar” vinda de uma figura sinistra com um item suspeito na mão, o copo com a água que ele segurava virou e derramou um tanto em parte da camisa e do short.
-Mas, o que eu fiz?
-A questão, Zé, é o que você não faz. O mundo tem muita gente como você. Qual o sentido de deixar sua espécie proliferar, se vocês não se queixam, não se arriscam, não bagunçam, nem nada? Me diga, o que você faz?
Surpreso pelo fato da Morte, falar tanto antes de” levar” alguém, nosso garoto se enrola um pouco com as palavras, tenta beber a água do copo e engasga. Responde: Eu não sei, mas porquê é você quem julga minha vida?
-É porque você, Zé, já não está inteiramente vivo, entende?
Nosso amigo entendia tudo muito bem é claro! Pois seu coração batia quase rasgando o peito, prestes a saltar e “quicar” no tapete de “Seja bem vindo”.
-Zé zumbi, venha comigo, é seu destino.
Espere... não quero que o “mocinho” se dê mal, estou acostumado com os finais felizes, burgueses!
-Espere, Morte! Posso não estar fazendo muita diferença por aqui, mas não muda o fato de que estou aqui! Não irei com você! Mas, obrigado por me visitar, daqui pra frente vou sempre pensar antes de fazer alguma coisa, se posso fazer algo mais. Agora, pare de perder seu tempo imortal, e procure um Zé que queira ir sem antes tentar lutar! Pegue sua foice e vá embora, bateu na porta errada.
-Foice? Ah, isso... Bem, duvidei que daria para você mas, bem... tome. Você mereceu.
A “Morte” que nada matou, deu meia volta e numa piscada do olho-zé, havia sumido, sem barulho, sem nada. O Zé vencedor, desembrulhou o item e estacou: O tal “Morte” o havia presenteado com um Berimbau Brasileiro. E tinha um bilhete. “Você escolheu viver, portanto, lute, dance e sorria.” Um gesto simbólico que tocou nosso herói. Zè, pode até não dançar, chorar às vezes e perder umas lutas, mas ele foi vitorioso na resposta que deu a “Morte”. Naquele momento, o Zé foi principal, fez diferença nele mesmo, ele brilhou.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Triste que só

Eu já gostei profundamente, fundo demais eu diria
Rebeci em troca, um troco do tipo que você não cobra
Foi o descaso... caso sério,
Casou-se com meu sofrimento
Eu sofri, chorei e jurei não mais chorar
Mas, esqueci completamente que não é comigo esse negócio de jurar...
As noites que mal dormi, as tardes em que zumbi me apresentei
A metamorfose que passei
O passe que não obtive...
As conversas que tive na escuridão e os e-mails celestes não respondidos
Tudo na batedeira, preparando o bolo da infelicidade
Mas que infelicidade...
A felicidade possível não mora por aqui, saia daqui
Vá ler o que preste, vá se ocupar
O bom não passa por aqui...
Hoje não, hoje está ruim, agora sou ruim
O escuro da noite, da casa, de mim
A tela do computador pode se apagar a qualquer momento...
Eu comecei rimando e termino triste que só.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Bafo, Bafafá, Bagaço

"...Entabulou então a Maldade Refinada de encontro ao cangote da personagem num bafo quente à graus que não se medem, lenta e suave como se fosse vinho raro despejando-se numa taça de cristal, que logo seria vermelha e não seria mais taça, um Rubi de sangue violentado mentalmente com tamanha sagacidade que lhe toma para si o corpo sem deformar-lhe a forma esbelta. De outro lado, à frente e sem olhar para trás, a vítima do seu próprio julgamento chora, balbucia sons interrompidos, desconexos, o coração célere percebe a situação: impulsiono, bato, e no fim, apenas apanho. A mente impossibilitada, em pane, desajeitada como uma pessoa que cresce demais e só isso, tropeça na lama e se afoga. Não há animosidade, não há dor. Não neste plano, porque primeiro ela mergulhou em transe e mais tarde em uma fenda no fundo do mundo, onde ela saiu? Não sei, no inferno, talvez. A puta má venceu com classe, incrível porém crível. E a personagem que todos desconhecem não conheceu o milagre de ressuscitar, ela desapareceu e ninguém irá procurá-la, pois a sombra da madame Refinada desliza faminta caçando o que é sadio para estragar, o que é escrito para desmanchar, o que é verbo para conjulgar, julgar, ferrar tudo..."