quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Esqueço-me de sonhar!

Tenho uma pergunta: você costuma sonhar com o que você deseja quando está acordado? É muito bonita a história quase épica em que enquanto dorme você vai a outro plano e se vê no seu maior desejo terreno, neste mundo fantástico a pessoa é o que não é e tem o que lhe falta na vida real, o plano mais bizarro pensado por Quem? As vezes acordo no meio da noite e nem sei o porquê. Já sonhei cenas com sentido algum entre pessoas que não tem conexão em um lugar que só eu conheço, em relação as outras personagens do sonho. O que isso significa? Tem que significar alguma coisa? Não pode ser apenas um erro do cérebro, uma falha mínima que é aumentada pelo fanatismo humano que ocorre, corre e nunca consegue apanhar o sobrenatural? (Sobrenatural?) Você sabe, ou pode indicar alguém que possa compreender os sonhos? Sou uma pessoa comum que odeia pessoas comuns. Minha teoria conclusiva sobre o que é o sonho é a seguinte: não servem de nada. Quero tocar, sentir com as mãos, apalpar os seios de minha ambição. Gostaria de transar com meu objetivo durante um dia inteiro, depois de alcançá-lo. Não quero porém, matar a imaginação inventiva e a fantasia, de jeito algum. Sou adepto de alguns contos bem contados, me tira um pouco da chatisse que é a vida como é.
(...)

Eu abro os olhos todas as manhãs depois de uma noite sem sonhos e percebo que na real eu não tenho sonho algum. Se eu pudesse negociar meu voto com algum político corrupto eu o trocaria pela capacidade inexplicável de sonhar. Esse não é um assunto que eu puxaria com qualquer um, entende? Então amanhece e eu sou o mesmo de ontem, cansado e sem seguro de vida. Duro como um pau e inconstante como o clima, sobrevivo a pobreza de ser totalmente o que o sistema espera de mim: amputado em diversas formas e sem forças para ficar emputecido com isso.

Um comentário:

Fernanda disse...

Tuas palavras correm o máximo que podem e não se cansam. São palavras que gritam. As minhas são lentas, muito lentas. Olham para o lugar onde colocarão os pés com muita calma. São palavras que ponderam tudo para dizer pouco, para dizer silêncios.

Você tem sonhos, eu vi.